terça-feira, 8 de março de 2011

Maltodextrina



Definição química

A maltodextrina é definida quimicamente como um carboidrato complexo, formado pela junção de moléculas de dextrina e maltose. Possui fórmula química normalmente apresentada como C18H32O16. É definida também como um polímero (molécula formada de outras moléculas, sejam elas uma única, em quantidade, ou diversas, chamados monômeros) de glicose (também chamada de glucose ou dextrose).



Representação da estrutura do Maltodextrina

Apresentação enquanto substância pura

A maltodextrina pura, encontrável no comércio de suplementos alimentares e nos comércio de produtos químicos apresenta-se como um pó branco muito similar ao chamado açúcar de confeiteiro.



Maltodextrina pura

Apresentação comercial
A maltodextrina é comercializada não só na forma pura, mas adicionada de flavorizantes (substâncias que conferem sabor) diversos, acidulada com ácido cítrico, que lhe confere uma acidez próxima dos sabores naturais e aditivos como antiumectantes. Sabores comuns é laranja, uva, limão, açaí e guaraná.

A questão dos carboidratos no organismo humano

Os carboidratos são as principais fontes de energia do nosso organismo e também de mais rápido ”recrutamento” (capacidade de entrarem em processamento no nosso corpo, quando necessário). Correspondem ao maior volume de nossa ingestão de calorias, estimadas como idealmente pelos nutricionistas em faixa de 60% de nossa alimentação. São fundamentais para a produção do glicogênio muscular hepático.

Metabolismo humano da maltodextrina

Ao contrário da glucose de milho (vendido em forma líquida em xaropes como o tradicional “Karo”, também obtida a partir da hidrólise de amido de milho, as moléculas de maltodextrina são metabolizadas de forma mais lenta, gradual e constante no organismo humano.

A maltodextrina, transformando-se em glicose, propicia aumento da capacidade energética muscular, permitindo maior exercício de força, levantamento de cargas, como útil na musculação e no halterofilismo, ou atividade por tempo mais prolongado, como nas atividades de resistência.

Uma colher de sopa (para esta substância em torno de 10 a 15 gramas) de maltodextrina corresponde a um valor de 40 a 60 quilocalorias.



Xarope de milho

O jogo dos carboidratos e proteínas no corpo humano

As proteínas, formadoras dos tecidos musculares e outros não devem ser consumidas para a geração de energia nos atletas, especialmente dos em busca de ganho de massa muscular. Desta maneira, pela sua eficiência e lenta absorção como fonte de glicose, a maltodextrina tornou-se um suplemento padrão para os atletas e praticantes de atividades físicas de grande consumo calórico, como a corrida, a natação e em especial, pela oposição ao consumo metabólico prejudicial das proteínas musculares, ou seja, evitando o chamado catabolismo muscular (que pode ser entendido como a perda de massa muscular, o antagônico do anabolismo, que é o ganho de massa muscular)

Seu consumo, assim, é recomendado para os praticantes de musculação em todos os níveis, desde os praticantes por simples atividade física, os em busca de uma melhor forma física e em especial para os fisiculturistas e levantadores de pesos e também aqueles cuja atividade física, inclusive profissional, depende do trabalho coadjuvante de musculação.

Nestas atividades, a maltodextrina se tornou um suplemento alimentar de crescente consumo, provendo energia durante estas atividades físicas, mesmo que intensas e de longa duração, propiciando a reposição de calorias e retardando a fadiga, ou como se diz habitualmente em musculação, a falência. Nestas atividades, propicia liberação gradual da glicose para a corrente sanguínea, sem causar a liberação exagerada de insulina, que produzirá sonolência e pelo excedente de glicose de outras fontes e ingestões, se transformará em gordura corporal.

O consumo conjunto com um suplemento proteico

Diversos estudos levam à recomendação de sua ingestão (exatamente por ser um carboidrato complexo) com um suplemento proteico, em especial a proteína de soro de leite, ou whey protein.

Estudo de Elisabet Børsheim e outros, publicado em 2004 no Journal of Applied Physiology,determinaram o efeito da ingestão de 100 g de carboidratos sobre o balanço proteico muscular (definido como a síntese de proteínas menos a quebra destas) após exercícios de resistência, com grupos de oito indivíduos realizando exercícios de resistência (pesos) em 10 séries de 8 repetições de leg press com 80% da carga máxima para uma repetição. Um destes grupos (chamado CHO, dos carboidratos) recebeu uma bebida consistindo de 100 gramas de carboidratos uma hora após o exercício. O outro grupo recebeu uma bebida não calórica como placebo (sendo tratado como Pla). O metabolismo de aminoácidos foi determinado pela infusão de fenilalanina contendo isótopos 2H5- ou 13C6, amostrada da artéria e veia femoral, e biópsias dos músculos do vastus lateralis (vasto lateral). A ingestão da bebida não afetou a insulina arterial no grupo Pla, enquanto a insulina aumentou diversas vezes após a ingestão em CHO (P < 0.05 vs. Pla). A concentração de fenilalanina femural caiu levemente após a ingestão por CHO. O balanço proteico muscular entre síntese e quebra não se alterou em Pla, enquanto foi aumentado em CHO de -17 ± 3 nmol·ml-1·100 ml leg-1 antes da bebida para uma média de -4 ± 4 e 0 ± 3 nmol·ml-1·100 ml leg-1 durante a segunda e a terceira hora após a ingestão, respectivamente (P < 0.05 vs. Pla durante a última hora). A melhoria do balanço no grupo CHO foi considerada devida primordialmente ao progressivo decréscimo na quebra de proteína muscular. A conclusão destes pesquisadores é que a ingestão de carboidratos melhora o balanço de proteína após o exercício de resistência. Entretanto, consideraram que o efeito foi menor comparado com o efeito previamente descrito de ingestão de aminoácidos.

Outras pesquisas seguiram-se, confirmando tais resultados. Tais estudos baseiam-se, nas determinações em técnicas bastante reconhecidas de carboidratos e aminoácidos, assim como em prévios estudos da relação entre síntese proteica e insulina, tanto em níveis normais, quanto em níveis patológicos, como na diabetes. Outros estudos mostram a relação entre a síntese proteica e alimentação de baixo teor em calorias.

Francisco QuiumentoVerify Name – Chemical Engineer-Campinas – SP – Brazil

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Link:http://www.corporesanoacademia.com.br/maltodextrina/

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